Vicente estacionou a moto bem na frente da boate, tirou o capacete e abriu o zíper da jaqueta, essa que nas costas tinha um dragão oriental estampado, conferiu se sua faca estava presa no cinto, estava, a cobriu com a camiseta e então desceu. Passou pela fila e foi direto para a entrada, cumprimentou o segurança com um aceno de cabeça que o mesmo retribuiu e abriu a porta para ele.
O lugar estava relativamente cheio, ele foi passando por algumas pessoas e as cumprimentando, para algumas eram acenos, para outras, abraços e risos, foi até o balcão e se dirigiu para o Barmen.
— Eai senhor Marcos! O que ta pegando essa noite?
— Oi garoto – ele apontou discretamente com a cabeça para uma mesa nos fundos, Vicente olhou por sobre os ombros, um grupo de três homens estavam curtindo com algumas mulheres, Vicente notou as tatuagens de lua vermelha…
— Eles facilitam muito nosso trabalho com aquela tatuagem – disse ele rindo — Relaxa eu resolvo, mas antes, me vê a de sempre.
— Essa será a última por conta da casa.
— Lembre-se que é você que decide que será por conta da casa! Eu nunca pedi nada – falou com um sorriso no rosto e acredita que viu um leve sorriso vindo de Marcos.
Enquanto Marcos preparava a bebida, Vicente se virou e ficou encostado no balcão observando a casa, as pessoas dançando, a música, ele tem um sorriso sincero no rosto, mas toda a sua atenção é direcionada a uma moça ruiva que o estava encarando do outro lado do balcão, ele retribui o olhar, espera alguns segundos, até que se levanta e vai até ela.
— Oi – diz ele se aproximando.
— Oi.
— Como se chama? Ah claro, me chamo Vicente – ele mantém o sorriso no rosto.
— Oi Vicente, sou a Isis.
— Igual a deusa egípcia Isis… gostei.
— Nome de uma deusa? Não sabia.
— Jura? Isis, a deusa que representa o amor.
— Olha, temos um historiador aqui.
— Ao seu dispor – ele estendeu a mão e fechou os olhos fazendo uma pose de “intelectual”, se tinha uma coisa que Vicente não tinha era vergonha, Isis deixou escapar um sorrisinho discreto, Marcos interrompe a cena e entrega o drink para ele, além de manter um olhar firme.
— Eu sei, eu sei, relaxa – o senhor foi atender outro cliente.
— Conhece o dono? – Perguntou Isis.
— Desde de que nasci, frequento esse lugar a muito tempo, mas nunca te vi por aqui! Tenho certeza que me lembraria de você – ele se aproximou um pouco dela.